Esta por sua vez de um tema que me interessa particularmente - o Ensino Universitário. Com esta reportagem ficamos todos lá em casa conscientes do estado ainda mais grave que o ensino em Portugal atravessa.
Vejamos que, eu pessoalmente, não tenho quaisquer dúvidas de que temos tudo ou quase tudo para sermos um país bem instruído e com uma qualidade de formação de excelência, mas falta-nos a base para que a evolução na instrução portuguesa seja palpável : o espírito aventureiro com pés e cabeça.
Se viram a reportagem, viram com certeza que Portugal é um dos país com maior número de "nascimento" de novas micro-empresas da Europa, empresas essas que não duram mais que dois anos. Espírito de empreendedorismo não nos falta, o que nos falta é organização e bom planeamento!
É lamentável, ver tantos crânios tanto potencial a espalhar talento lá fora e a abandonar o país nesta profunda e tenebrosa crise económica/social e euseilámaisoquê, quando eles podiam muito bem constituir um forte batalhão face ao inimigo e tirar o país da fossa.
Apesar de ainda estar no segundo ano e ter mais com que me preocupar (neste momento é mais passar às cadeiras todas e dar o meu melhor a todas elas), toda esta falta de oportunidade crescente, inconscientemente ou conscientemente também me começa a preocupar. Antes, andar na faculdade era um orgulho para a família, hoje, andar na faculdade é mais encarado como uma despesa, um enorme investimento num futuro incerto em que "vamos lá ver se não estás a estudar para o boneco", "se calhar o melhor era teres arranjado um empregozinho e pronto".
No meu ver e felizmente no dos meus pais, estudar nunca é um investimento perdido. Seja lá o que futuro for, tenha eu a sorte de trabalhar no meu país ou me veja obrigada a emigrar ou a fazer qualquer outra coisa que nada tenha a ver com a minha área de formação, sei que as dores de cabeça/preocupações/noites mal dormidas que a faculdade me tem dado (malditas férias que nunca mais chegam) não são de todo tempo deitado ao ar,mas sim a concretização do meu sonho. A esperança que poderei melhorar o Mundo em que vivemos com um conhecimento mais aprofundado da Natureza que nos rodeia.
Outro tópico que foi abordado neste documentário é a falta de componente prática que existe na forma em que os cursos superiores são leccionados em Portugal. De facto e tenho essa percepção no curso em que estou a tirar, ainda para mais em Engenharia que as universidades portuguesas insistem mais num plano teórico do que propriamente naquilo que nos faz mais falta e nos ensina realmente a profissão que daqui a uns anos estaremos a exercer - a prática. Somos então comparados à Universidade de Sanford* em São Francisco, EUA.
Ao contrario de nós, as universidades na América e na maioria dos países da Europa têm protocolos e fortes ligações às empresas, que desde cedo colocam os estudantes a solucionar problemas com os quais se deparam. Assim, um estudante chegado à universidade é logo confrontado com problemas reais e aprende precocemente a lidar com o mundo empresarial e a trabalhar na sua futura profissão.
Deste modo, é como se as empresas tivessem a preparar os seus futuros empregados, uma vez que terminado o curso os estudantes são contratados por essas mesmas empresas.
Nesta reportagem um professor da Universidade de Sanford diz algo que me deixou a pensar e me deu um fecho de contentamento, algo mais ou menos assim: "os grandes fundadores das empresas como a Google, e outras que podes encontrar aqui, partiram de ideias de estudantes e não do conhecimento alargado dos professores". Isto tocou-me. Estamos a precisar que Portugal invista e confie mais no potencial dos seus jovens estudantes, porque são eles, somos nós, o futuro do país, está na hora de nos darem asas para voar, não lá para fora mas cá dentro.
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