Vim a conduzir, deixei o meu homem em casa e lá vim para a minha, agarrada ao volante com receios mas segura de mim mesma. Foi a primeira vez que num carro, o dos meu pais e o único com o qual inicialmente não tinha uma relação fácil, libertei-me dos medos, dos nervosismos e dos receios que tanto me impediam de o conduzir sem alguém ao lado. Que isto de se conduzir um carro a gasóleo na escola de condução e depois mudar-se para um a gasolina, tem as suas diferenças e dificuldades e eu senti-as! Principalmente neste que tem tanto de potente como de sensível.
Pelo menos era isto que eu achava, mas como sempre que o conduzia ia acompanhada ou com o pai ou com o namorado, as dificuldades com que me deparava (AHHH o deixar cair o carro mal aparecesse o vermelho. E e e e e agora? O ponto de embraiagem que é tão sensivel!) eram anestesiadas com o apoio e os conselhos que me davam. E a coisa lá ia a medo, é certo, mas ia! Claro, que com o miminho garantido de que alguma coisa mal feita, estava logo ali alguém para me ajudar!
Mas hoje no caminho da casa do meu M. à minha, fui sozinha. É perto, mas apanho bastantes sinais, apanho trânsito e é o percurso suficiente para me esbarrar à grande. Tranquilo. Não deixei o carro ir a baixo. Achava que no dia que sentisse coragem de conduzi-lo sozinha, o pânico iria tomar conta dos meus pedais e de mim mesma, tal que o meu cérebro parava de pensar e eu ficaria ali. Parada. A morrer de vergonha e no horror de não conseguir ir para lado nenhum. Não, não aconteceu nada disso.
Correu tudo às mil maravilhas! Consegui logo lugar à frente do meu prédio, estacionei à primeira e sem qualquer percalço ou susto ou qualquer coisinha desagradável pelo caminho. Liguei para o meu homem assim que cheguei, e o sacaninha atendeu-me assustado ao pensar que tivesse em apuros, porque cheguei num flash! E juro que não excedi a velocidade, antes pelo contrário, sou bastante calminha no que toca a acelerar! Tive foi sorte de entre os quatro sinais que apanho, só se ter fechado um e a partir daí foi sempre direitinho.
Sou calma com as velocidades, tão calma, que é ver a cara de frete dos condutores que vão atrás de mim a pensar que ou tenho 80anos ou que estou a conduzir com os joelhos. E eu cá não gosto nada desta pressão que as pessoas impõem às outras, mesmo sem darem conta! Também é verdade, que sendo eu, uma condutora encartada à pouco tempo e com os nervosismos iniciais todos à flor da pele, estou sempre receosa com tudo e mais alguma coisa. Mas também me quer, cá parecer que os portugueses andam sempre cheios de pressa e demasiado stressados!
Não sei os seus motivos, os meus passavam por chegar a casa sã e salva e por não bater com o carro nem noutro, nem em nenhum lado. Pois enquanto não tiver um carro meu, os medos de bater ainda se tornam maiores. Não quero com isto dizer, que quando tiver o meu carro vou andar por aí a bater à vontade, mas é sempre outra responsabilidade. E passavam principalmente por encher de orgulho o melhor instrutor, o melhor condutor e para além de tudo isto, consegue também ser o melhor namorado do Mundo. E escusado será dizer a avó, a mãe e o pai (que está longe numa viagem de trabalho) e que nem vai acreditar quando lhe ligar e lhe disser que o conduzi sozinha... e MELHOR, nem um risco, nem nada machucado. Está igualzinho tal e qual como o deixou! É ou não é um bom presente para o Dia do Pai? hihihihi :)
Preferia ter tirado uma foto ao lado do carro, mas pronto não me lembrei.
Cá fica, este a fingir que foi tirado no momento do pós-estacionamento.
Só para mostrar o ser sensível do qual me queixava, outrora.
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