segunda-feira, 12 de novembro de 2012

Momentos de Mudança

     Com a quantidade de testes e trabalhos que preenchem a minha agenda, tem-me sido difícil vir aqui escrever. Mas hoje tirei a manhã para pôr a conversa em dia, uma pausa no estudo e no trabalho porque isto de conversar faz-nos bem ao espírito e à mente e vamos lá dar corda à tagarelice.
    Hoje é dia de Momentos de Mudança na SIC. Já algum tempo mais propriamente desde a primeira entrevista que ando com o bichinho de vir aqui opiniar sobre o assunto. Sou fã destas reportagens que nos remetem para há vinte anos atrás e que nos mostram a situação actual. Dá que pensar, comove e arrepia.
   A primeira que vi e a que deu inicio ao reportório documental que tem vindo a ser transmitido todas as segundas-feiras após o telejornal foi de uma fábrica de sapatos que foi criada no seio familiar e que outrora  empregou muitas pessoas, nomeadamente mulheres, e que representava uma boa fonte económica com lucros elevados. Passado vinte anos, na actualidade e com toda a crise económica de que somos alvo, a fábrica encontrava-se numa situação bastante débil, debatendo-se com graves problemas financeiros e sem procura. Vítor, o responsável pela fábrica e filho de quem a criou teve que enfrentar a horrenda situação de dizer às funcionárias que não havia trabalho e que por isso o seu emprego iria fechar as portas.
 Vítor que um dia foi o responsável por um rentável e sólido negócio de família, viu-se a "Mudar de Vida" emigrou deixando cá a mulher, os dois filhos e os pais, deixando para trás a sua vida e tal como todas as funcionárias que ali trabalhavam foi obrigado a encontrar um novo rumo. É hoje empregado de mesa num restaurante em Hamburgo, Alemanha.


    A outra reportagem que tive o enorme prazer de ver foi a da Alexandra, uma rapariga da minha idade que nasceu e cresceu com o HIV. Uma rapariga normal de uma família alentejana normal, com uma vida perfeitamente normal. O que haveria de ser anormal no meio de tanta normalidade? É que tanto a Alexandra como os pais, são seropositivos e já não bastasse o problema de saúde com o qual vão ter que se deparar para o resto da vida também já tiveram inúmeras vezes que enfrentar aquilo que é pior que qualquer doença - o preconceito. 
   Hoje, passados vinte anos, o pensamento, a aceitação e a compreensão sobre o que é a SIDA melhorou bastante mas infelizmente há ainda muitas cabecinhas que vivem na sombra do medo de se cruzarem com estas pessoas.
   Esta reportagem serviu para abrir os olhos a muita boa gente, para mostrar que nem toda a gente que contraiu o vírus HIV teve um passado relacionado com as drogas ou com a prostituição, simplesmente acontece e não é assim tão difícil de contrair como parece. Basta emprestar uns brincos, por exemplo, em que tenha havido contacto com sangue, curar a ferida de um amigo, outro exemplo, são situações aparentemente bizarras e que não há mal algum nisso mas que podem constituir fortes perigos de contrair doenças.
  O dia-a-dia da Alexandra é retratado nestes 30 minutos de reportagem, são partilhados connosco como é viver com o HIV, quais os sonhos desta jovem linda e como é ser seropositivo. Para quem não viu, aconselho a ver, é uma belíssima reportagem que deixa qualquer um com a lágrima no canto do olho.



  Infelizmente, depois destas duas nunca mais vi nenhuma reportagem ou porque estou a estudar, ou porque estou a fazer um trabalho, as razões são sempre as mesmas mas tem visto a minha mãe e tem-me contado assim por alto. Pena a minha, porque é uma série documental em que se perde muito em não ver. Parabéns à jornalista Cândida Pinto e à restante equipa! A isto se chama BOM JORNALISMO e é tão agradável fazer-se bom jornalismo em Portugal.


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