segunda-feira, 8 de outubro de 2012

Desassossego nos Restaurantes

    Na sexta-feira fomos jantar a um restaurante em Sintra, mesa para dois numa ala do restaurante, onde havia apenas três mesas: uma vazia, a nossa  e uma enorme com dez pessoas. Pessoas essas que eram o Fernando Ribeiro dos "Moonspel", a sua esposa Sónia Tavares dos "The Gift" e o seu rebento Fausto, e junto a eles a restante familia ou amigos, todos eles igualmente rockers, preenchidos de tatuagens, vestimentas pretas e penteados à anos 50 (até o bebé tinha caveiras nos seus All Star,tal é o enquadramento do estilo). Até aqui tudo bem, uma mesa bem disposta num jantar de aniversário ao que pareceu, e ao inicio quando nos apercebemos de quem se tratava até ficamos entusiasmados para que caso se propusesse no fim do jantar tirarmos uma foto com o casal pseudo Havy-Metal português (ele é mas ela não) mas o entusiasmo foi-se tal e qual como veio - rápido.
    Se é coisa que detesto quando vou jantar fora  é o barulho excessivo num restaurante. Bem é lógico que numa casa cheia é normal que haja um ruído de fundo, o que não impede que cada mesa possa conversar calmamente e se oiça em toda a sua plenitude, a não ser que as pessoas por si não oiçam bem. Outra coisa, e foi o caso, é ter numa mesa ao lado quem  fale a altos berros e a rir-se, tudo num tom a puxar o excessivo que nos impossibilitava sequer de nos ouvirmos um ao outro ou à empregada quando nos ia atender. E não estou a exagerar se disser que passado uns míseros vinte minutos já me doi-a a cabeça e estava mortinha para me pôr dali para fora. Jantamos o mais rápido possível, pagámos e saimos logo.      
    Ah que alivio, quando por fim estávamos a respirar o ar fresco de Sintra, com o brilho das estrelas e o silêncio tranquilizante da noite (demasiado melancólica?) mas soube-me tão mas tão bem ver-me longe de toda aquela confusão e barulheira absurda que nos ecoava nos ouvidos e não nos deixava ouvir mais nada a não ser as conversas que pairavam sobre aquela mesa!
    Houve quem ainda pedisse desculpa (uma personagem, com todo o respeito, na casa dos 50 e tal anos, de cabelos ruivos e tatuagens até aos pés, um vestido às riscas e um riso enorme e energético) mas passado 1 minuto, tempo em que demorou a simpática e cheia de estilomuitalouco senhora a pedir perdão pelo barulho que estavam a fazer,  ao qual respondermos com um sorriso, amarelo, claro, as simpáticas palavras: -"Ah não faz mal, não tem problema!" - Não, claro que não, só gostavamos de jantar sossegados PODE SER?  a excitação falatória voltou a intensificar-se.  E juro tivesse eu, um dedinho que advinhasse, tinhamos logo dito a seguir ao "Boa noite, é uma mesa para dois, por favor" - MAS LONGE DALIIIIIIIIII PELA SUA SAÚDE!
  Quase tão mau como isto, e também houve neste caso, porque nós neste jantar tivemos direito ao pacote completo de desassossego são as crianças a correr de um lado para o outro e a dar encontrões nas cadeiras ou a chorar e fazer birra ou outras coisas que mais, que só apetece pegar nos paizinhos e enviar-lhes para Marte juntamente com a sua descendência. E desenganem-se se acham que isto é dito por uma pessoa fria que não gosta dos mais pequeninos, quem me conhece sabe que é completamente mentira e quem não me conhece fica a saber que adoro crianças de paixão! Adoro, adoro, adoro! Ser mãe e formar uma familia é o grande sonho da minha vida  num dia longiquo deste, daqui por alguns bons anos.
   Mas apesar de adorar crianças nem a tudo acho muiiita piada, principalmente às más educações - isso não suporto. Por um lado compreendo que uma criança fechada durante horas num restaurante ou outro espaço que não seja o dela ou propício à brincadeira farta-se facilmente e manter-se sossegada torna-se assim numa missão impossível, mas o que me chateia à séria é a descontração dos pais que ainda esboçam um sorriso a quem não tem culpa e só quer jantar em tranquilidade, feliz e contente, e tem que levar com os seus diabretes enquanto os pais, esses, estam a jantar sem preocupações e agradecidos por eles andarem entretidos a perturbrar quem não merece.
    São coisas que não suporto em restaurantes,  esta falta de consideração por quem está a dividir o mesmo espaço e quer desfrutar de uma refeição calma, longe de confusões e muito agradável ao lado de quem nos dá a honra da sua companhia, é um direito, não é um favor. A nossa liberdade acaba quando daí provém incómodo para os outros.

E vocês? O que pensam sobre isto? Aborrece-vos ou é indiferente? Tenho a certeza que já tiveram um jantar ou almoço, seja no refeitório da faculdade ou num restaurante em que a balbúrdia e o barulho envolviam toda a atmosfera.

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